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Conferência Municipal propõe criação de um Centro de Referência LGBT

Todos temos pré-conceitos. Mas de que forma a educação pode colaborar para aprendermos a lidar com eles e superá-los? Como avaliar se o município está preparado em termos de políticas públicas e fiscalização para enfrentar o preconceito e a violência praticada contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (população LGBT)? Essas e outras questões foram debatidas na “II Conferência Municipal de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT: Por uma Cariacica que respeita o direito à diversidade sexual e de gênero”, ocorrida na sexta (27). Na ocasião, foram eleitos dez delegados da sociedade civil e quatro do poder público para representarem o Conselho Municipal LGBT na Conferência Estadual, que acontecerá nos dias 6 e 7 de dezembro. Além disso, foi proposta a criação de um Centro de Referência LGBT em Cariacica. Os 50 participantes realizaram discussões por mais de oito horas. Para uma melhor dinâmica do trabalho, foram formados grupos em torno de cinco eixos: Políticas Intersetoriais e Participação Social; Pacto Federativo e Sistema Nacional de Promoção da Cidadania e Enfrentamento da Violência contra a População LGBT; Educação, Cultura e Comunicação em Direitos Humanos; Segurança Pública e Sistemas de Justiça na Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da População LGBT e Marcos Jurídicos e Normativos para o Enfrentamento à Violência contra a População LGBT. O evento teve início com a apresentação do coral do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Cariacica (IPC), que cantou três canções sob a regência do maestro Geovani Rodrigues. A última música foi uma homenagem às riquezas materiais e imateriais do município. Logo em seguida, comporam a mesa as seguintes autoridades: a coordenadora da Diversidade Sexual de Cariacica, Cristina Moreira; a representante do Conselho Municipal LGBT, Bianca Gabriel Moura; o prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Júnior; a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Giovana Buaiz; o representante da Câmara Municipal, vereador Amarildo Araújo; o representante da vice-governadoria dos Direitos Humanos do Espírito Santo, Júlio Pompeu; o presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Lula Rocha e o coordenador do curso de Gênero e Diversidade Sexual da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Toninho Lopes. Confira depoimentos de quem participou da conferência: “Cariacica é o único município da Grande Vitória que possui um conselho que defende os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Um dos objetivos desse encontro foi debater o Plano Municipal de Políticas Públicas LGBT. Acredito que temos conseguido promover bons espaços de cidadania voltados para esse público”, afirma a coordenadora da Diversidade Sexual de Cariacica, Cristina Moreira. “As escolas do jeito que se encontram atualmente não estão preparadas para lidar com os temas relacionados à diversidade. Penso que o ambiente educacional é potencialmente transformador. Se ele for acolhedor e plural, poderemos desconstruir pré-conceitos e, consequentemente, violências”, reflete o coordenador do curso de Gênero e Diversidade Sexual da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Toninho Lopes. “Falar de direitos humanos e questões de gênero é tratar de vidas. O Espírito Santo está no topo do ranking de violência contra mulheres e população LGBT. Por isso, precisamos garantir direitos para esses grupos”, diz a palestrante e professora pesquisadora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Heloisa Ivone da Silva de Carvalho.